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O Caminho das Palavras

O Caminho das Palavras

Dom | 09.07.17

Mudança

Catarina Betes
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” (Fernando Teixeira de Andrade) Como saber que é tempo de mudar? Existe uma linha que separa uma existência passiva, de uma vida preenchida? Existe um timing perfeito em que tudo surge claro e transparente à (...)
Sex | 28.04.17

Dias

Catarina Betes
Há dias normais. Dias que passam sem grande significância, em que cumprimos as tarefas habituais e o sol põe-se, com a mesma simplicidade com que nasceu. Do nada, para as páginas em branco de um livro vazio. Mas há ouros dias que trazem em si um fardo que nos custa suportar. Um peso de nostalgia, de memórias vividas, vidas interrompidas. Dias em que a nossa alma, a nossa vida, está longe daquele dia. Estamos longe, habitamos temporariamente um outro lugar, que dentro de nós não (...)
Sex | 21.04.17

O tempo voa

Catarina Betes
O tempo voa. E com ele, a sensação de intemporalidade, com a qual crescemos, rodeados de afetos e lugares comuns. Nem todos crescemos com raízes. Alguns simplesmente medram e aprendem, sem atirar sementes à terra. Outros…ai esses outros. Crescem e vão deixando raízes que se pregam resolutamente ao chão. Quisera eu tantas vezes não as ter. Porque quem não as tem, é desprendido e quem as detém, está irremediavelmente preso ao fio ténue da memória. Ténue, porque por vezes (...)
Seg | 03.04.17

Aniversário

Catarina Betes
Fez no passado dia 27 de março, vinte e um anos que fui mãe pela primeira vez. Com 21 anos acabados de fazer, dei à luz de uma menina de olhos amendoados que desde o primeiro momento, pareciam querer engolir o mundo. Nunca quis saber o sexo do bebé esperado, porque queria sentir a emoção do momento em que o seguraria nos braços pela primeira vez e ouviria as palavras: “é um menino” ou “é uma menina”… e deliciar-me nelas. Porque uma certeza eu tinha. Seria exatamente o (...)
Sab | 25.03.17

Quando somos novos

Catarina Betes
Quando somos mais novos, traçamos planos. Planos pessoais e profissionais. Ou então não traçamos nada, mas sabemos que tudo irá correr bem. Porque temos tudo à nossa frente. Dias e anos de espaços em branco por preencher, telas nuas e vazias à espera de serem pintadas, sem regras nem imposições. Temos poucas certezas, mas acreditamos, porque faz parte da nossa cândida natureza humana, confiar que tudo correrá bem. Porque nos ensinaram, que todas as histórias carregam em si a (...)
Seg | 20.03.17

Medos de pai

Catarina Betes
Tentei falar contigo, mas não consegui, uma vez mais. Onde raio te meteste? Não sabes que preciso falar contigo? Que já não falamos há cinco horas e o meu coração começa a inquietar-se? Eu sei. Eu sei que desde que tenho esta maldita doença estou sempre inquieto, sempre ansioso. Mas que culpa tenho eu se esta ansiedade me invade o peito? Que culpa tenho eu se cada vez que te ligo e tu não atendes, o meu cérebro inicia esta dança inquietante em que apenas te pressinto rodeada de (...)
Sex | 03.03.17

Feminismo

Catarina Betes
  Há uns anos atrás, a meio de uma apresentação de um dos meus livros, uma senhora levantou o braço (não levem em grande consideração, no máximo deviam estar naquele stand, vinte pessoas!) e perguntou-me se eu era feminista. Fiquei parada durante uns segundos, como se pela primeira vez na minha vida, levantasse a mim mesma a questão. Serei?? A amiga que me acompanhava esboçou um sorriso, até porque me conhece como ninguém e tenho a certeza que o seu pensamento foi: - Sim!!! (...)
Seg | 20.02.17

...

Catarina Betes
    (...)Encetei a minha primeira jornada a sós, mas levei comigo a ternura do teu abraço, a sombra do teu sorriso, que se manteve perseverantemente ao meu lado, que me segurou, quando os meus joelhos fraquejaram e o meu corpo protestou, quer pela dor do cansaço, quer pela insignificância e vazio daquele novo caminho, que não era nada sem ti. (...) Ri de vontade e chorei de saudade. De mim, de ti, dos caminhos percorridos. Mas continuei, passo a passo, dia após dia, e cheguei (...)
Seg | 20.02.17

Não se Nasce Mulher por Acaso

Catarina Betes
M de mulher, M de mãe, M de matriarca, M de magnífica, M de mil e uma palavras que classificam as mulheres que fazem ou fizeram parte da minha vida. Mulheres que nascem marcadas. Marcadas pela força, pela coragem com que vivem as suas vidas, muitas vezes malditas, outras abençoadas. Mulheres que não nasceram mulheres por acaso. Mas com um destino traçado. Mulheres que vivem, trabalham, lutam, parem, sempre com gotas de suor invisíveis que escorrem pelo rosto, com lágrimas (...)
Sab | 18.02.17

Quando me recordares

Catarina Betes
Quando me recordares, pensa em mim como eu era. Não te relembres de mim já cansada, de olhos cavados e sem brilho, mas de olhar vivo e sorriso arrebatado. Quando me recordares, esquece os meus dias de desânimo. Recorda apenas a mulher que enfrentava os dragões desta vida, que ousava arrojar, a destemida que corria atrás dos sonhos impossíveis de alcançar. Quando me recordares, pensa nos momentos em que te abracei, quando as minhas mãos seguravam as tuas, que de tão quentes (...)